Bem que a gente queria fazer a Ariana Grande e não aparecer nos compromissos que nós mesmos marcamos inventando uma desculpa qualquer, né? Mas a gente não pode. Então o único jeito é ir! Bom dia 🛋️
O que temos na edição de hoje?
🔗 Curadoria para sua procrastinação
🤖 ChatGPT (sim, de novo do de novo) proibido de dar conselhos
🧑🏿💻 NR-1, o mundo do trabalho e tudo o que você precisa saber
Dados, futuro do trabalho e oportunidades
Absolutamente tudo o que você precisa saber como a NR-1
Imagem: Philippe Bout / Unplash
Em maio de 2026, entra em vigor uma atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) que muda completamente o jogo para profissionais de saúde mental.
Pela primeira vez na história da legislação trabalhista brasileira, as empresas serão obrigadas a gerenciar riscos psicossociais — ou seja, tudo aquilo que impacta a saúde mental das pessoas colaboradoras.
Pense assim: da mesma forma que você precisa ter registro profissional e seguir o código de ética do seu conselho, as empresas agora terão que, por lei, cuidar da saúde mental das pessoas colaboradoras.
Não será mais "bom se tivesse, né?". Vai ser obrigatório.
E aqui está o ponto crucial: apenas 5% das empresas brasileiras estão preparadas. Metade ainda está começando a se organizar, e 32% nem iniciaram os preparativos.
Isso significa uma demanda massiva pelo quê? Por você, que entende do assunto.
O que muda na prática (e por que isso, de fato, importa para você e sua carreira)
A NR-1 é como o regimento interno das empresas sobre segurança e saúde no trabalho.
Pense nela como o equivalente corporativo do seu código de ética profissional: define o que deve ser feito, como deve ser feito e o que acontece se não for cumprido.
A grande novidade é que agora a saúde mental entra oficialmente nesse regramento.
As empresas precisam identificar, avaliar e prevenir uma lista de riscos que você conhece bem atendendo as demandas: pressão excessiva, falta de apoio, estresse crônico, desequilíbrio entre vida pessoal e profissional, assédio moral e burnout.
Tudo isso precisará estar documentado em um programa chamado PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos). Como se fosse o prontuário do paciente, mas da empresa: um registro formal de todos os riscos identificados e das ações para preveni-los.
E aqui está o detalhe importante: esse programa precisa incluir os fatores psicossociais, e a cada dois anos precisa ser revisado.
A norma também torna obrigatório que as empresas tenham procedimentos claros para denúncias de assédio e violência, além de capacitações anuais sobre esses temas.
Sim, todo ano, as empresas precisarão treinar suas equipes sobre saúde mental e prevenção.
O foco mudou de "remediar" (tratar quem já está afastado) para "prevenir" (criar ambientes que não adoeçam as pessoas).
É exatamente a mesma mudança que a psicologia vem defendendo há décadas: prevenção é melhor que tratamento.
Como você pode aproveitar essa oportunidade
Um baita avanço e você ainda pode transformar essa mudança legal em trabalho real para você.
1. Consultoria para mapeamento de riscos psicossociais
As empresas precisarão identificar o que está fazendo mal para a saúde mental das funcionárias e funcionários, mas a maioria do time de RH não sabe como fazer isso.
Você sabe (ou pode saber), porque já faz isso há anos no seu consultório, só que com uma pessoa atendida por vez.
Então, você pode oferecer:
Metodologias para avaliar os riscos psicossociais na empresa (pesquisas, entrevistas, grupos focais)
Análise do ambiente de trabalho e das relações entre equipes, identificação de gatilhos de estresse, assédio e sobrecarga
Elaboração de planos de ação estruturados para prevenir esses riscos
Pense nisso como fazer uma anamnese organizacional.
A Fundacentro (órgão do governo especializado em saúde e segurança do trabalho) já deixou claro: ações superficiais não servem.
Chegamos em um nível de exaustão tão grande que as empresas precisam de mudanças estruturais, e você pode ajudá-las a entender quais são.
2. Treinamentos e capacitações corporativas
Aqui está um dado preocupante: 35% das empresas apontaram a capacitação das equipes como o maior obstáculo para se adaptar à NR-1.
Elas sabem que precisam treinar, mas não sabem como ou quem pode fazer isso.
Você pode criar e oferecer:
Treinamentos sobre prevenção de burnout
Gestão de estresse
Reconhecimento de sinais de sofrimento psíquico
Criação de ambientes psicologicamente seguros
Prevenção e combate ao assédio moral e sexual
E equilíbrio entre vida pessoal e profissional
Um detalhe importante: se você for oferecer treinamentos online ou híbridos, existe um anexo específico da NR-1 (Anexo II) que define os requisitos pedagógicos e tecnológicos para que o certificado seja válido.
Vale a pena estudar isso se for esse o seu caminho.
3. Desenvolvimento de cultura organizacional
Essa é a frente mais estratégica — e a que pode gerar contratos de longo prazo.
A NR-1 não é um checklist que se cumpre uma vez e pronto. É um processo contínuo de melhoria, revisado a cada dois anos no mínimo.
Você pode atuar com uma consultoria estratégica ajudando empresas a:
Integrar a saúde mental na estratégia de negócios (mostrando para a liderança como isso impacta produtividade, retenção de talentos e reputação)
Criar canais de escuta ativa com os colaboradores (a norma exige participação dos trabalhadores na identificação de riscos)
Desenvolver políticas internas de bem-estar que vão além do cumprimento legal
É aqui que sua experiência clínica se transforma em vantagem competitiva.
Você entende de comportamento humano, de relações, de como o ambiente afeta as pessoas.
As empresas não entendem. Elas precisam de você. Sério.
O que fazer agora
A NR-1 entra em vigor em maio de 2026, mas as empresas já estão (ou deveriam estar) se preparando.
O momento de se posicionar é agora, enquanto a maioria ainda não percebeu o tamanho dessa oportunidade.
O primeiro passo é entender a fundo como essa legislação funciona e como traduzir seu conhecimento clínico para a linguagem corporativa.
Depois, é estruturar sua oferta: você vai focar em consultoria, treinamento ou cultura? Pode começar com uma e expandir depois.
E o mais importante: você não precisa fazer isso sozinha.
Estamos preparando um workshop completo sobre como aproveitar a NR-1 para construir uma atuação sólida para além da clínica.
Se você quer sair na frente e transformar essa mudança legal em mais um hit na sua carreira, inscreva-se na lista de espera aqui. Caso já esteja inscrita, manda para quem ainda não está!
A saúde mental deixou de ser periférica. Agora é lei. E você está do lado certo da história.
Para se aprofundar, é só colocar no NotebookLM, gerar o áudio e aprender tudo sobre NR-1.
Para você ler enquanto procrastina
🤖 “Ai, tudo é IA agora?” Sim, mais ou menos por aí :: e será que ela pode prever doenças com 20 anos de antecedência?
😔 A saúde mental para além da clínica :: nesta matéria há uma visão necessária sobre quem mora em área de conflito
👎 Políticas públicas no Brasil não dão ouvidos à ciência :: pelo menos é o que este psiquiatra diz
Tecnologia ❌ saúde
ChatGPT não dá mais conselhos de saúde. E isso valida o seu trabalho
“Não confie em robôs”
Desde que surgiu no mercado, muita gente tratou o ChatGPT como se fosse um profissional de verdade, “capaz” de dar conselhos sobre saúde mental, orientar sobre medicações e até substituir terapia.
Era só uma questão de tempo para dar no que deu.
Na newsletter passada, nós informamos que a OpenAI acionou 170 clínicos — profissionais da psiquiatras e da psicologia — para refinar as respostas em situações críticas de saúde mental.
Não foi o suficiente! Então, desde 29 de outubro, acabou oficialmente isso do ChatGPT ficar dando conselhos.
A razão é direta e não tão nobre quanto você gostaria: medo de processos e responsabilidade legal.
As big techs pisaram no freio porque sabem que a IA falha gravemente em situações de alto risco.
O ChatGPT foi rebaixado de "consultor" para "ferramenta educacional". Agora ele pode explicar conceitos gerais, mas não pode (e nem deve) orientar casos específicos.
Já sabe que a IA é mestre em "fabricações confiantes": ela responde com segurança mesmo quando está completamente errada. No contexto de saúde mental, isso é um risco enorme.
Alguém que descreve sintomas de ansiedade pode receber sugestões que vão de técnicas de respiração até alertas sobre transtornos graves, tudo no mesmo tom de certeza.
E a pessoa não tem como saber o que está certo ou errado.
As novas regras do ChatGPT são, na prática, uma admissão: IA não funciona para cuidado humano.
Não que a gente tivesse alguma dúvida.
Para se aprofundar no estudo, porque eles relataram tudo o que fizeram.
Não vamos elaborar, mas esse da foto abaixo é o NEO, bem diferente do nosso amigo ChatGPT, ele será um assistente de casa, para limpar e organizar.
E ele guarda uma ironia só dele: será controlado por humanos de forma remota nessa primeira versão.
E você? Compraria este robô humanóide por 20 mil dólares para lavar sua louça?

Este é o NEO, da 1X (a primeira versão dele será comandada por humanos remotamente, risos).
Vida autônoma na saúde
O Canva lançou um pacote Adobe totalmente gratuito
É isso mesmo, semana passada, o Canva relançou a suíte de ferramentas Affinity completamente gratuita.
Para quem é da área de design, existe uma espécie rixa entre as duas ferramentas.
Acusam de quem usa Canva não ser profissional “de verdade”, sendo que a proposta de valor do Canva é literalmente tornar o design acessível para qualquer pessoa.
Então, se você quer testar, a equivalência é esta:
Se você usa o Photoshop, pode usar o Photo.
Se você usa o Illustrator, pode usar o Designer.
Se você usa o InDesign, pode usar o Publisher.
Como sabemos que a vida autônoma na saúde requer adquirir várias habilidades, achamos que seria útil trazer essa nova ferramenta gratuita para cá.
É só baixar e começar a usar! Esperamos que use para fazer seus posts no LinkedIn, viu?
Nos vemos na próxima semana?
→ Estaremos por aqui toda quarta-feira, 5h59 (às vezes atrasa, sabe como é, né?).
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